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Sobre Poemas e Constelações

Sobre Poemas e Constelações

Sobre Poemas e Constelações

Ora, direis, ouvir estrelas! Certo perdeste o Senso

Olavo Bilac

Quem nunca se pegou admirando o céu, numa noite qualquer, sonhando e suspirando ao clarão da Lua diante de tanto mistério e beleza?

O fascínio e o encantamento que nos levam a sentir no peito a grandeza de cada um de nós e ao mesmo tempo nossa fragilidade diante de tal espetáculo, mexe desde sempre com nosso inconsciente.

Dotados de sensibilidade e inquietamento, os poetas e as bruxas, então…ah…esses são verdadeiros adoradores da Lua e das estrelas.

A Poesia chegou em minha vida muito cedo e com ela a cura, ou o alívio para muitas das minhas mazelas pessoais.

Em busca do autoconhecimento, já passei horas em uma livraria, apenas para alimentar a alma, baixar a ansiedade, encontrar respostas, descobrir um pouco do mecanismo do Universo, e do indivíduo.

Fato é que muitas vezes o ombro de um amigo, um livro da tão mal falada autoajuda, um programa de rádio ou TV, durante muito tempo, eram as únicas “ferramentas” disponíveis para aqueles que ousassem sair dos dogmas das instituições religiosas e trilhasse uma carreira solo na busca da evolução espiritual, se é que podemos chamar dessa forma.

Quase tudo é inacessível para quem nasce na quebrada, e paradoxalmente, o que queremos, independente de classe social, é nos sentirmos inteiros, partes do todo, pertencentes.

Basta uma olhada rápida na famosa pirâmide de Maslow, pra compreendermos as dificuldades dos que não nasceram em berço de ouro, de acessarem esses recursos e conhecimentos tão valiosos.

E falando em pertencimento, quando me deparei com a Constelação Familiar Sistêmica, todo esse conceito passou a fazer muito mais sentido.

Sabe aquela coisa das estrelas pequeninas, que fazem parte de uma grande Constelação? É mais ou menos por aí. Nada nem ninguém está sozinho. Somos pequenos e gigantes ao mesmo tempo. E quando estreamos nesse mundo já trazemos em nosso DNA muitas informações de nossa ancestralidade.

Para além do DNA e da biologia, Bert Hellinger, nos fala de uma conexão muito maior e sistematizou-a em três eixos: Hierarquia, pertencimento e equilíbrio entre dar e receber, elaborando assim uma técnica de compreensão e cura do chamado sistema familiar.

Bert Hellinger, “pai” da Constelação Familiar Sistêmica

“…. Na terapia familiar sistêmica, trata-se de averiguar se no sistema familiar ampliado existe alguém que esteja emaranhado nos destinos de membros anteriores dessa família.Isso pode ser trazido à luz através do trabalho com constelações familiares.Trazendo-se à luz os emaranhamentos, a pessoa consegue se libertar mais fácil deles.”

B. Hellinger

À primeira vista, quem assiste uma constelação, tem a impressão de estar diante de uma peça teatral, mas todo o trabalho é feito com base fenomenológica, ou seja, o paciente monta sua constelação, de acordo com seus sentimentos em relação ao seu sistema familiar e o papel do constelador, nesse caso é secundário.

Atualmente, por conta do isolamento social, muitos atendimentos são feitos à distância e os representantes podem ser bonecos. Existe uma variação que é a utilização de bonecos na água.

Vale a pena pesquisar, saber mais e quando for possível, participar para compreender melhor. Nem toda a escrita teórica do mundo é capaz de descrever sentimentos, especialmente os sentimentos provocados quando você acessa a energia vinda de seus familiares.Talvez você descubra que esteve há muito tempo carregando pesos e impressões que nem são suas…talvez você consiga finalmente compreender o quanto tem julgado seus pais, isso para dizer o mínimo.

Viver pode ser uma experiência grandiosa e quanto mais nos conhecemos, mais sabemos lidar conosco e com os outros de maneira favorável, sendo verdadeira contribuição para o mundo. Só se percebe a sombra, jogando luz sobre as situações. Mirar-se no espelho lunar das emoções, nem sempre é tão poético, mas pode ser verdadeiramente libertador.

Edilene Santos

Dica de leitura: Constelações Familiares (O Reconhecimento das Ordens do Amor) – de Bert Hellinger e Gabriele tem Hövel – Editora Cultrix

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