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Ananke, a Mãe dos Destinos

Ananke, a Mãe dos Destinos

Ananke, a Mãe dos Destinos

Inevitável: aquilo que não se pode impedir: o inevitável ainda está por vir

No culto dos Mistérios Órficos, vamos conhecer Ananke, a deusa primordial, companheira de Cronos, vista como a ditadora mais poderosa de todos os destinos e circunstancias: a deusa primordial do inevitável.

Conta a história que Ananke – um ser incorpóreo e serpentino, cujos braços estendidos abrangiam a amplitude do cosmos – e seu companheiro Cronos, esmagaram o ovo primordial da criação, dividindo-o em suas partes constituintes da terra, céu e mar para formar o universo ordenado. Após seu ato de criação, Ananke e Cronos circundaram o cosmos para impulsionar a rotação dos céus e a passagem eterna do tempo.

Ananke representa a inevitabilidade do destino e a imutabilidade da lei natural, mas também representa a força necessária e inevitável que impulsiona todos os aspectos da vida.

São muitos os aspectos inevitáveis em nossas vidas: a morte, depois da vida, o dia, depois da noite, a saciedade, depois da fome, a gratidão, depois do bem praticado, o sol, depois da chuva. Frente a tantos fatos inevitáveis é inevitável não acreditar que existem coisas inevitáveis.

Use a força de Ananke para entender que há certas coisas sobre as quais temos controle, outras que temos influência ou podemos agir indiretamente, mas tem aquelas que não temos nem controle, nem influência e aí nesse caso é a aceitação.  Aceite que a adversidade é inevitável na vida. Isso não significa que devemos ser passivas. Aceitar é um caminho para se desprender e reestruturar-se, é procurar caminhos alternativos e seguir em frente. Ananke tem seu nome traduzido, algumas vezes, como “força” ou “poder”. Use esses atributos para descobrir que os problemas vêm com as sementes de suas soluções dentro deles. Busque as sementes dadas por ela para colher aquela força invisível que impulsiona todas as coisas.

Lembrei aqui de uma poesia do americano Robert Frost, chamada “A estrada não trilhada” ou “O caminho que não tomei”.

Isto eu hei de contar mais tarde, num suspiro,
N’algum tempo ou lugar desta jornada extensa:
A estrada divergiu naquele bosque – e eu
Segui pela que menos trilhada me pareceu,
E foi o que fez toda a diferença.

Robert Frost

É preciso saber aceitar o inevitável. A vida tem seu próprio ritmo e suas próprias regras. Recomeçar é ser forte. Isso é inevitável, às vezes doloroso, mas sempre necessário.

Morgana Leal

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