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A velhice – Deusa Elli

A velhice – Deusa Elli

A velhice – Deusa Elli

A velhice, esta anomalia normal, é mais arte e sabedoria que biologia.

Na mitologia nórdica, Elli é a Deusa da Velhice. É a personificação da pessoa idosa e a sabedoria e força dos idosos. De acordo com um antigo mito nórdico, Elli era tão forte que ninguém pode derrotá-la. Durante uma visita a Jotunheim, o mundo dos Gigantes, Thor luta contra ela e quase a vence, o que demonstra o quão extraordinário é o poder dessa deusa.
Conta a lenda que Útgard-Loki disse que Thor não estava a altura de combater nenhum de seus soldados, e ao invés de designar algum dos guerreiros mais fracos, pois o rei gigante desdenhava da força de Thor, ele designou sua madrasta, a velha Elli para combater em um combate desarmado com o deus do trovão.
Após desferir vários ataques contra a velha giganta, a mesma parecia que não sentia dor com nenhum daqueles golpes. Thor perplexo com aquilo, continuou a atacar com mais força, mas com apenas um tapa da giganta ele caiu no chão desnorteado com o que aconteceu. Útgard-Loki encerrou a luta e considerou que o deus havia sido derrotado. Ao mesmo tempo ele completou dizendo que se o poderoso Thor não conseguia derrotar uma velha, do que dizer confrontar os seus guerreiros.


Elli vem nos dizer que somos mais fortes do que parecemos. Temos dentro de nós a força e a vontade de superar obstáculos, confrontos e desafios.
Vamos aproveitar que estamos na idade certa depois de termos adquirido algumas certezas. Estamos livres dos preconceitos e temores juvenis. Vivemos o suficiente para discernir entre o que é importante e o que é pueril. O amor não é mais romântico e sim verdadeiro. Temos clareza sobre as nossas tarefas na vida. E, fundamentalmente, temos certeza de que não há tempo a perder.

A maturidade pode ser um momento extraordinário para incorporar a sabedoria e a experiência que, de fato, nos aporta esta época mágica de liberdade e introspecção. Por algum motivo, os conhecimentos atribuídos às mulheres maduras eram muito reconhecidos nas culturas do passado em que elas eram veneradas como guias e conselheiras.
Os inimigos da maturidade são os preconceitos que cada um de nós tem a respeito da passagem do tempo. Em vez de vivê-la como um tesouro, acreditamos que é uma perda. No entanto, o que perdemos? Um corpo esbelto? Se pararmos para pensar seriamente, constataremos que não passa de uma besteira. Porque não perdemos, necessariamente, saúde, poder de sedução, inteligência, esperanças, vitalidade, projetos, força, generosidade. Exatamente o contrário. Habitualmente, os níveis de altruísmo crescem à medida que os anos passam. Expandimos o conhecimento interior, adquirimos mais ferramentas para o intercâmbio humano. Sabemos amar mais e melhor. Na realidade, é o momento em que estamos nos encontrando genuinamente. Trata-se apenas de aceitar com alegria que merecemos ter chegado à maturidade depois de tudo o que vivemos.
A velhice, esta anomalia normal, é mais arte e sabedoria que biologia.

Morgana Leal

Referências: MULHERES VISÍVEIS – Maes Invis e Laura Gutman

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