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A Medicina do Xale Sagrado

A Medicina do Xale Sagrado

A Medicina do Xale Sagrado:

O Xale – O Retorno ao Lar

Muitas de nós já ouviram a expressão: ” O lar é onde fica o coração.”

Os grupos nômades dos Nativos Americanos sabiam que toda vez que levantavam acampamento, seu lar partia junto com eles. O lar não era a residência, ou os pertences, mas representava a ligação com a Mãe Terra e o relacionamento entre as pessoas da Tribo.

O lar de qualquer povo nômade vive no coração dos entes queridos e representa segurança e proteção, onde quer que a pessoa esteja.

Os povos Nativos foram Guardiões da Terra durante muitos séculos, e quando foram obrigados a abandonar seus territórios, o sentimento de perda foi devastador, e percorreram o que chamaram da Trilha das Lágrimas.

O que os unia eram os Ensinamentos Vivos, que representavam o Espírito do Povo. Cada tribo poderia construir um novo lar, pois enquanto os Ensinamentos estivessem vivos, o Espírito do Povo também estaria.

Muitas Tradições novas brotaram das cinzas do Povo. Diversos ensinamentos marcaram o árduo caminho de volta ao coração.

A Tomada do Xale é um Ensinamento Paiúte pouco conhecido, e surgiu em uma época que os povos indígenas não conseguiam viver no mundo dos brancos. Esses foram os que escolheram voltar para casa e abraçar os Ensinamentos de seus Anciões, e foram os primeiros a Tomar o Xale. Quem quisesse merecer a Tomada do Xale deveria retornar aos Ensinamentos da Tribo, pedir permissão para viver entre o Povo e honrar o caminho de seus Ancestrais.

Seus corações voltaram a encontrar um lar nos Ensinamentos da Estrada Vermelha.

Muitos indígenas deixaram as reservas em busca de trabalho, e perderam o contato com os Ensinamentos Tradicionais e a conexão com a Mãe Terra nos tempos da Trilha das Lágrimas.

Com o passar dos anos, os Ensinamentos Tradicionais chamaram a atenção da população em geral, e isso levou muitos nativos a retomarem os costumes de seus Ancestrais.

Há uma profecia que fala do retorno do Búfalo à Ilha da Tartaruga, marcando o retorno de muitos Ancestrais Vermelhos, não necessariamente dentro de corpos vermelhos. Muitas pessoas ficariam confusas por não possuírem sangue indígena e ainda sim serem vermelhas por dentro.

Os membros do Povo trilhariam uma vez mais o Caminho Sagrado, nos fazendo recordar da necessidade de continuar Caminhando em Beleza. Esse ensinamento pode ser aplicado a qualquer raça.

O Povo é constituído por aquelas pessoas que Tomaram o Xale, e que passaram a viver em Harmonia, preocupando-se em honrar o Espaço Sagrado de todas as formas de vida.

Quando Tomamos o Xale, aprendemos que a Mãe Terra ama todos os seus filhos e acolhe todos os que voltam para casa, por mais desobedientes que tenham sido. Não estamos aqui para curar a Mãe Terra, ela é capaz de se curar sozinha. Estamos aqui para nos curarmos e assim, descobrir quais são nossos papéis na Criação.

Cada pessoa que Toma o Xale encontra seu próprio equilíbrio, aprendendo a reconhecer a beleza que existe em cada expressão da Criação, seja ela qual for.

Algumas pessoas podem achar pesado carregar o Xale em seus ombros, pois isso significa assumir o compromisso de viver em harmonia.

Tomar o Xale também significa trocar informações e compartilhar os Ensinamentos. É tempo de se livrar do “EU” e Tomar o Xale que cobre o eterno “NÓS”.

Se o Xale cai em nossos ombros, é tempo de voltar para casa. Se você se esqueceu de si, chegou o mento de recordar de sua essência e de seu potencial, reconhecendo o valor existente em todas as lições e em todas as estradas percorridas.

Talvez esteja voltando para a magia que conviveu no passado, ou para um novo estado de euforia e graça.

De qualquer maneira, está voltando a um modo que já fez parte de seu passado, que ficou esquecido por muito tempo.

Se você esqueceu de buscar as verdades simples, a alegria interior, está na hora de voltar para casa.

Vestir o Xale é voltar para casa, aos braços da Mãe Terra, voltar a ser amada. Tome seu Xale, sinta a responsabilidade de amar os outros, e amar aqueles que se esqueceram de trilhar o Caminho Sagrado, e que ainda não encontraram o Caminho de Volta ao Lar.

Fonte: As Cartas do Caminho Sagrado

Jamie Sams

Fazendo seu Xale

É muito importante termos a consciência do que o Xale representa antes de iniciar a jornada de sua construção.

Reverenciar esse processo é entender qual é a trilha que está nos conduzindo em nosso Retorno ao Lar.

Você vai precisar de:

  • 1 Xale, pode ser feito por você, ou comprado pronto.

Sugiro que, caso for comprar, busque por produtos artesanais, feitos por mulheres artesãs.

  • Fitas coloridas, representando as intenções que deseja colocar em seu Xale.
  • Símbolos, pingentes, bordados, figuras ou imagens, que irão enfeitar seu Xale.
  • Linha, agulha, tesoura e/ou cola de tecido.

Prepare um espaço no qual possa trabalhar com tranquilidade. Um altar simples, com elementos que te conectem ao seu propósito. Separe todos os materiais antes de começar a produção.

Avalie qual o melhor período de seu dia para trabalhar.

Essa é uma prática sagrada, e merece seu foco e atenção total.

Siga sua intuição na montagem. Você pode fazer franjas com as fitas coloridas, costurar os símbolos no Xale. Deixe a criatividade fluir.

É importante que cada etapa seja carregada com suas intenções. Reze as fitas, ou cante uma música de poder.

Conte histórias de seus Ancestrais, lembre-se do porque está fazendo o Retorno para Casa.

O Xale pode ficar pronto em alguns dias, meses, até mesmo anos.

Tudo vai depender do seu processo de criação. Não tem tempo certo ou errado. Faça no seu ritmo. O mais importante é estar conectada durante todo o processo.

Após o término, sugiro que consagre esse instrumento de poder, com a força dos elementos da Natureza, ou Deuses e Deusas que tiver afinidade.

Use seu Xale em suas práticas, meditações, e momentos de conexão pessoal.

Quanto mais utilizar, maior será o Poder de Cura dele.

Ensine e compartilhe com outras pessoas, reverenciando seu prórpio processo.

Adapte algum elemento, se sentir necessidade. Cada Xale é diferente e conta uma história peculiar.

Bênçãos Brilhantes

Mariana Leal

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