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O Poder de Nossos Ciclos

O Poder de Nossos Ciclos

O Poder de Nossos Ciclos

Imagine uma mulher que reconhece
A influência do passado sobre o presente,
Uma mulher que superou seu passado
E o está curando no presente.
Imagine uma mulher que ama seu corpo,
Uma mulher que se contenta com seu corpo
Assim como ele é…

Patricia Lynn Reilly

Houve um tempo em que éramos sagradas, nossos corpos eram honrados, nossos ciclos eram honrados. Recebíamos a sabedoria de nossas mães e avós. Sabíamos o tempo de nossos corpos, de nossos ciclos. Nosso sangue menstrual era sagrado, e representava os poderes de vida, morte e renascimento. Éramos manifestações vivas da Grande Mãe Universal, pois só a partir de nós a vida continuava…

Observávamos a Natureza ao redor, e a partir dela, compreendíamos a sabedoria da vida.

Desde os primórdios da humanidade, a Lua e suas fases foram associadas à Deusa e à Mulher. Seu culto era universal, surgiu há cerca de 70.000 anos atrás, em diversas culturas, que a entendiam como o princípio feminino, gerador da vida.

A alternância das fases lunares eram marcadores temporais de plantio, colheita, estações do ano, marés… E esses marcadores também eram observados pelas mulheres ancestrais em seus ciclos de vida.

Surge assim a associação com a menstruação, gravidez, fertilidade, menopausa, trazendo o ciclo exterior da lua, para uma manifestação interior.

A Lua, com seu ciclo de nascimento, crescimento e morte, é um lembrete poderoso, todos os meses, da natureza dos ciclos. Em épocas remotas, os ciclos menstruais das mulheres eram perfeitamente alinhados com os da Lua.

Ao pensarmos em um resgate dessas sabedorias ancestrais, através do entendimento do Sagrado Feminino, quando a mulher começa a conhecer melhor seus ciclos fisiológicos, ela assume seu lado cíclico, harmonizando a vida como um todo.

Em algum momento, você já deve ter ouvido falar que mulheres são cíclicas. Na verdade, isso significa que cada fase do ciclo feminino – como menstruação ou período fértil – traz alterações nas decisões, nos sentimentos, na disposição, na maneira de pensar e nas escolhas de cada uma.

Desde os primórdios da Humanidade, o sangue menstrual representa um poder sobrenatural, sagrado, misterioso, mágico, representando a força da própria criação.

A sincronicidade entre o fluxo menstrual e o ritmo lunar refletia o vínculo entre a Mãe Terra e a Mulher, e o movimento atual da espiritualidade feminina permite o resgate desta compreensão. A percepção da natureza cíclica da Mulher.

Os antigos Mistérios do Sangue são relembrados, e ainda sobrevivem nos mitos, lendas e contos de fadas.

Sendo assim, quando estamos conectadas com nossos ciclos, com nosso corpo, integramos os aspectos mais sutis da energia feminina, expandindo nossa percepção, compreendendo mudanças interiores e abrindo espaço para a cura e para o fortalecimento do Feminino Sagrado que reside em cada uma de nós.

Para compreender essas energias sutis, vamos pensar em um ritmo de quatro fases, que podemos associar à lua e às estações do ano. Baseado nos estudos de Miranda Gray, é muito importante que toda mulher saiba a fase que se encontra no momento, e se faça a seguinte pergunta: “Como meu ciclo atual pode estar interferindo no meu estado de espírito hoje? O que está me incomodando agora?”. Dessa forma, ficará mais fácil tomar consciência das mudanças de humor que ocorrem ao longo do mês, além de compreender melhor suas atitudes e atender as necessidades de cada momento.

E que fases são essas?

Bruxa Anciã

  • Associada ao PERÍODO MENSTRUAL
  • Representada pela Lua Nova – Inverno
  • Energias criativas interiores
  • Tempo de escutar o eu interior
  • Corpo com menos energia
  • Tempo para silenciar e sonhar
  • Processos mentais lentos
  • Emoções e sensibilidade
  • Energias sexuais intensificadas
  • Desacelerar e descansar
  • Força e sabedoria interior

Donzela

  • Associada à FASE PRÉ-OVULATÓRIA
  • Representada pela Lua Crescente – Primavera
  • Expressar energias interiores
  • Renascimento, entusiasmo
  • Disposição física
  • Sexualidade, extrovertida, sensualidade jovial
  • Dinamismo mental
  • Começar novos projetos
  • Raciocínio rápido
  • Comunicação e sociabilidade
  • Espírito analítico

Mãe

  • Associada à FASE OVULATÓRIA
  • Representada pela Lua Cheia – Verão
  • Doação de si mesma
  • Equilíbrio, fertilidade
  • Impulso sexual fluido, amor e partilha
  • Assumir responsabilidades
  • Criatividade, gestação
  • Ambição pela vida
  • Criação e nutrição de projetos
  • Receptividade
  • Leva ao mundo a energia criativa

Feiticeira

  • Associada à FASE PRÉ-MENSTRUAL
  • Representada pela Lua Minguante – Outono
  • Energias voltadas para o interior
  • Agitação e cansaço
  • Hiperatividade mental
  • TPM
  • Encontrar formas de expressão positiva
  • Sexualidade intensa e poderosa
  • Sentidos aguçados, avalanche de ideias
  • Liberação de energias criativas
  • Pensamento intuitivo
  • Transmutação e destruição

E a menopausa?

A menopausa não precisa ser carregada como uma etapa em que a mulher deixa de ser ativa, apenas representa um novo ciclo em que uma nova mulher surge.

Talvez seja na menopausa, o momento no qual a mulher se conheça ao máximo, porque teve tempo para se autoconhecer, experimentar, ouvir e conhecer cada fase da sua vida. Este novo tempo que inicia, é um passo para uma nova mulher que está pronta como nunca para viver a vida. O Arquétipo da Anciã, representa aquele momento da Vida em que caminhamos o bastante para saborear a experiência vivida, transmutando-a em sabedoria. Além do entendimento profundo sobre o que viveu, a Anciã tem incrível capacidade de percepção do oculto.

AQUELA QUE SABE

A mulher pós menopausa tem acesso permanente aos planos sutis, podendo ultrapassar o limiar entre os mundos sempre que quiser, não mais restringida pelo seu ciclo. A mulher, ao guardar seu sangue e não mais vertê-lo, torna-se uma curadora, xamã, profetisa ou sacerdotisa em potencial. Era este dom que era reconhecido e valorizado antigamente, quando as mulheres idosas eram respeitadas, como conselheiras, guardiãs das tradições, intermediárias entre a comunidade e os espíritos ancestrais, mestras nas curas, oráculos e nos ensinamentos passados para as novas gerações.

Que possamos assim, vivenciar com maior gentileza os nossos ciclos, nos conectando e identificando cada fase, acessando a Deusa que nos habita e honrando a sabedoria feminina tão presente em nossos corpos, e que faz parte de todas nós!

Bênçãos da Deusa!

Mariana Leal

Referências:

Lua Vermelha – Mirella Faur

Círculos Sagrados para Mulheres Contemporâneas: Práticas, Rituais e Cerimônias para o Resgate da Sabedoria Ancestral e a Espiritualdade Feminina – Mirella Faur

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