Reflexões de uma Crone

No folclore de muitas regiões, a Crone é uma mulher idosa que pode ser desagradável, maliciosa ou sinistra, geralmente com associações mágicas ou sobrenaturais. A Crone também é uma figura arquetípica, uma Mulher Sábia, que compartilha suas características com a bruxa. É o terceiro aspecto da Deusa Tríplice, popularizado por Robert Graves, particularmente na Wicca, simbolizando a Deusa das Trevas, a escuridão da lua, o fim de um ciclo. Junto com a mãe e a donzela, ela representa parte do círculo da vida.[/trx_dropcaps style]

Simone de Beauvoir, filosofa francesa, autora de A Velhice, escreve que:

Dentro de mim, está a Outra – isto é, a pessoa que sou vista de fora – que é velha: e essa Outra sou eu.

Como existencialista, Simone tem uma visão bastante pessimista dessa época da vida. Precisa ser assim? Ver A Outra pode ser bom, pode ser prazeroso, pode ser rico, pode ser… mágico!

A Outra, que pode ser vista como o receptáculo da nossa sombra, é fonte inesgotável de surpresas. Ela não contempla somente apegos emocionais, frustrações e neuroses, mas também aptidões e talentos que não chegamos a desenvolver.

Essa pode ser a nossa hora de abrir nosso baú de histórias, nos revisitar e resgatar aquilo que deixamos de lado para viver para e por nossa família e nos dedicarmos a aquelas habilidades represadas, deixadas de lado pois não eram economicamente viáveis ou infantis ou pueris demais. É hora de viver nossos sonhos em sua plenitude pois é, finalmente a hora de colocar o “Chapéu Violeta“ na cabeça e ser feliz!