Poesia: Bruxas da Quebrada
As bruxas existem
E acordam cedo para trabalhar
Chegam cansadas em casa
Bem a tempo do ritual lunar
As bruxas resistem
E contam o dinheiro para o mês
Na compra não faltam as plantas
Pro banho de ervas da vez
As bruxas existem
A ninguém fazem mal
Acendem velas coloridas
E têm boldo no quintal
Altares no quarto
Amuletos de cristal
Elas se reúnem em roda
Tocam canções
Fazem feitiços
Também fazem poções
São curandeiras, são ciganas
Se acha que estão distantes
Aí que você se engana
As bruxas estão no Iporanga
Conversando com fadas
E cantando mantra
Estão na Vila São José
Tomando chá de camomila
E fazendo escalda-pés
Estão no Varginha
Preparando o ritual
Fazendo a ceia na cozinha
Estão em Parelheiros
Consagrado rapé
E tomando passe nos terreiros
Estão na Vila Joaniza
Fazendo meditação
Com incenso de artemísia
Estão na Cidade Dutra
As macumbeiras, as wiccas
As budistas e as druidas
Estão no Grajaú
E onde menos esperar
Em todo canto da Zona Sul
Bruxa da quebrada,
Onde você está?
Te desafio no verso
Com seu bairro rimar
Drica Araújo
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