AMATERASU, A ESSÊNCIA DA LUZ
Muitas são as histórias contadas sobre a Deusa do Sol, a Grande Deusa Augusta que brilha no céu, Amaterasu-o-mi-kami. A filha mais velha de Izanagi e Izanami (os pais criadores das ilhas do Japão) foi gerada para governar o Universo visível.
Amaterasu é a deusa mais importante do panteão shinto e a ancestral mítica da família real japonesa. Ela rege a agricultura, a tecelagem e a criação do bicho-da-seda. Está associada ao calor, à colheita, ao amor, à fertilidade, à sabedoria, à luz e à compaixão.
Conta-se que Amaterasu vivia em uma gruta, em companhia de suas tecelãs, que lhes teciam a cada dia, um quimono da cor do tempo. Todos os dias de manhã, ela saía para iluminar a Terra. Até o dia em que seu irmão, Susanoo (deus do mar e da tempestade), em acesso de fúria destruiu campos de arroz.
Susanoo, ainda enraivecido, arremessou um cavalo celestial morto sobre os teares das tecelãs de Amaterasu. Isso as amedrontou e uma delas morreu. A Deusa entristecida e horrorizada, escondeu-se em sua caverna celestial e a luz sumiu para todo o sempre deste mundo. Com essa atitude, o mundo congelou e os campos apodreceram. A escuridão tomou conta de tudo.
Os deuses, temendo a escuridão eterna, organizaram uma festa em frente a caverna de Amaterasu. O deus da inteligência, Omoikane, pediu a todos que comparecessem ao redor da caverna e colocassem um espelho apontando para a entrada. Pediram a Uzume, a mais engraçada das deusas, que os distraísse diante da gruta fechada em que Amaterasu estava. Uzume não usou de meios termos: pôs-se a dançar de forma provocante, exibindo suas partes íntimas com caretas irresistíveis.
Foi tão divertido que os deuses caíram na gargalhada… Curiosa, Amaterasu não aguentou: entreabriu a pedra que fechava a gruta, e viu a Uzume dançando e fazendo caretas. Então, soltou sua primeira saborosa e iluminada gargalhada, e os deuses lhe direcionaram um espelho onde ela viu uma mulher esplêndida.
Surpresa, ela se adiantou. Aproveitando esse momento, os deuses a retiraram da caverna. Amaterasu concordou em permanecer no mundo visível e nunca mais se retirar.
As joias de Amaterasu
Sua espada sagrada (Kusanagi-no-Tsurugi), representa a coragem,
Sua joia (Yasakani no Magatama) feita em jade, representa a compaixão e a benevolência
Seu espelho (Yata no Kagami), representa a sabedoria e a honestidade. Estes são os símbolos máximos da Deusa e são guardados até hoje como Tesouros imperiais.
Uma conexão com Amaterasu pode nos levar a uma profunda reflexão sobre autocuidado, autoestima e autoimagem tão importantes na constituição de uma pessoa.
Ao reconhecer a própria beleza, Amaterasu nos convida a perceber que quando reconhecemos a nossa própria beleza, tudo fica mais leve em nossa vida. Quando uma pessoa se sente bem consigo mesma, nada lhe parece impossível e ela cultiva por si um grande respeito, reconhece o seu valor.
Para se conectar com Amaterasu
(extraído de: Todas as Deusas do Mundo- Claudiney Prieto)
Dia: domingo
Cores: laranja, dourado e vermelho:
Aroma: açafrão
Festival: 17 de julho
Sabbat correspondente: Yule (quando a criança do Sol renasce, retorno de toda vida através do amor dos Deuses)
Símbolos: pipas, flechas, galos, raposa, tear, bicho da seda e espelhos.
Na alvorada de domingo, pegue um pequeno espelho, apresentando-o ao Sol, assim que ele despontar no horizonte e diga:
“Amaterasu Omikami
Luz do horizonte, brilho da natureza
Brilhe forte em meu espelho
E mostre minha beleza”
Leve este espelho sempre com você, pois ele foi sacralizado por Amaterasu e agora pode lhe abençoar com todas as dadivas de beleza, harmonia e compaixão
Bonito é quem se aceita!!!
Referencias Bibliográficas
Todas as Deusas do Mundo – Claudiney Prieto
As melhores histórias da Mitologia Japonesa – Carmen Seganfredo
Japanese Folk Stories and Fairy Tales – Mary F. Nixon-Roulet
Morgana Leal
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